A aposta do amor (im)perfeito

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Igor Interliche descreve sobre um encontro inesperado e as surpresas da vida

Não era a melhor estação do ano. Nem alto verão quando podiam estar na praia, e nem inverno, para poderem tomar um vinho ao pé da lareira.

Nem a melhora das cidades. Enquanto um aspirava morar na grande metrópole, com trânsito caótico e mar de gente, o outro preferia a cena bucólica de uma rua vazia, um cachorro deitado e a sorte de ver alguém passar.

Talvez não fosse nem a melhor época da vida; um se atarefava demais, com excesso de trabalho para entregar e ainda assim, arrumando tempo para socializar até demais; bebida, música e fartura de risos. O outro pensava se deveria mesmo buscar emprego, se valia a pena deixar o “dolce far niente” para buscar o agito da companhia de quem não procurava.

Mas, o dia de pagar contas chega para todos e lógico, sempre há aquela que por motivo impensável, não pode ser paga no aconchego do lar, ou na praticidade do local de trabalho, e ali estavam, na fila da casa lotérica.

Por ironia do destino, quis a sorte no jogo; popular inimiga dos amantes, que, justamente aquela raspadinha fosse contemplada, uma como tantas outras, de prêmio banal, mas providencial. O ato de voltar ao guichê aproximou aquelas duas pessoas tão diferentes, que cruzaram o olhar por poucos segundos, apenas os suficientes, e aí sim! A sorte foi lançada!

Dali em diante, é só a imaginação que nos resta. Foram vistos saindo juntos daquela casa lotérica, em conversa animada, seguindo o mesmo rumo até onde a vista alcançou.

Se tiraram a sorte grande?

 

2º Lugar no Prêmio Literário Dr. João Manuel Cardoso Martins – 2016, promovido pela Sociedade Paranaense de Reumatologia

Por Igor Thiago Xavier Interliche