Novas tecnologias na reumatologia

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O reumatologista Fernando Augusto Chiuchetta, vice-presidente da SPR, escreveu artigo para a revista Tradição, de Maringá, sobre “Novas tecnologias na reumatologia”.

A revista “Tradição”, de Maringá, com quase 40 anos de circulação mensal, destacou artigo do reumatologista Fernando Augusto Chiuchetta *, em uma das suas edições do primeiro semestre de 2017.

As doenças reumáticas são altamente prevalentes na população brasileira. Estima-se que 20% da população apresente algum tipo de reumatismo, que um termo consagrado para se referir as doenças que possuem manifestações no sistema músculo esquelético, principalmente nos ossos e articulações, conhecidos popularmente como “juntas”, e podem ocorrer em qualquer faixa etária.

Artrose, osteoporose, fibromialgia, gota, lúpus, artrite reumatoide e dores crônicas em coluna lombar ou cervical são as doenças reumáticas mais conhecidas. Porém existem mais de 100 tipos de doenças, bem definidas. Ao apresentar limitações durante a realização de movimentos simples como escovar os cabelos ou os dentes, fraqueza nas articulações, dores persistentes, inchaços, rigidez matinal ou nas últimas horas da noite, é importante procurar um reumatologista que é o especialista indicado para fazer o diagnóstico, a partir dos sintomas clínicos e exames.

Assim como na vida moderna, a medicina e particularmente a reumatologia evoluiu extraordinariamente nas últimas décadas. Novos exames complementares, tanto laboratoriais como de imagem, melhoraram muito o diagnóstico precoce. Exemplo disto é o Anti CCP, exame laboratorial que auxilia muito no diagnóstico da artrite reumatoide e o desenvolvimento de novas técnicas de imagem, como a ultrassonografia articular, com transdutores de alta frequência, capazes de detectar alterações milimétricas em pequenas articulações.

O recurso do “power-doppler”, que agrega dados de estudo da circulação intra-articular vieram ao encontro dessas necessidades clínicas, fornecendo uma ferramenta útil e de fácil realização, capaz de detectar alterações com maior eficácia que o exame físico e mais precocemente que a radiologia convencional, direcionando o reumatologista para um melhor tratamento. Também surgiram novos tratamentos medicamentosos, como a classe dos remédios biológicos, que revolucionaram a melhora da qualidade de vida dos pacientes com artrite psoriásica, espondilite anquilosante, artrite reumatoide, osteoporose e lúpus eritematoso sistêmico.

Obtidos por engenharia genética para reproduzir os efeitos de substâncias existentes no organismo humano, estes agentes imunobiológicos melhoram o tratamento de doenças reumáticas autoimunes, que ocorrem quando o sistema de defesa ataca “por engano” o corpo, achando que há invasores. Esta nova classe de medicamentos permite um efeito significativo no alívio da dor e reduzem a incapacidade funcional causada por deformidades que podem se estabelecer precocemente.

Também melhoram a qualidade de vida dos pacientes, devolvendo a possibilidade de trabalhar e ter momentos de lazer, mesmo durante o tratamento, além de impedir a evolução da doença. E o mais importante, que esses medicamentos estão disponíveis a toda a população no Brasil, seja via SUS ou pelos convênios de saúde.
No tratamento da dor crônica, novos conhecimentos com a implantação de clínicas de dor, aliadas a terapias fisioterápicas e principalmente novos medicamentos, auxiliam muito no alívio do sofrimento dos pacientes.
Atualmente podemos afirmar: É possível viver sem dor!

* Dr. Fernando Augusto Chiuchetta é reumatologista da Clínica da Dor do Hospital de Clínicas – Universidade Federal do Paraná. Reumatologista da Vitaclin – Curitiba. Vice presidente da Sociedade Paranaense de Reumatologia.