Doença

Artrite Reumatoide

Doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações e com causa ainda desconhecida

A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações. A causa é desconhecida e acomete as mulheres duas vezes mais do que os homens. Inicia-se geralmente entre 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade.

Quais são os sintomas?

Os sintomas mais comuns são os da artrite (dor, edema, calor e vermelhidão) em qualquer articulação do corpo sobretudo mãos e punhos. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro mas a coluna cervical é frequentemente envolvida. As articulações inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença, há destruição da cartilagem articular e os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional. As deformidades mais comuns ocorrem em articulações periféricas como os dedos em pescoço de cisne, dedos em botoeira, desvio ulnar e hálux valgo (joanete).

Além das articulações outros podem ser acometidos?

Sim, porém menos comumente outros órgãos ou tecidos como a pele, unhas, músculos, rins, coração, pulmão, sistema nervoso, olhos e sangue podem apresentar alterações. A chamada Síndrome de Felty (aumento do baço, dos gânglios linfáticos e queda dos glóbulos brancos em paciente com a forma crônica da AR) também pode ocorrer.

Como é feito o diagnóstico?

Segundo o Colégio Americano de Reumatologia, o diagnóstico de artrite reumatóide é feito quando pelo menos 4 dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos 6 semanas:

  • Rigidez articular matinal durando pelo menos 1 hora
  • Artrite em pelo menos três áreas articulares
  • Artrite de articulações das mãos: punhos, interfalangeanas proximais (articulação do meio dos dedos) e metacarpofalangeanas (entre os dedos e mão)
  • Artrite simétrica (por exemplo no punho esquerdo e no direito)
  • Presença de nódulos reumatóides
  • Presença de Fator Reumatóide no sangue
  • Alterações radiográficas: erosões articulares ou descalcificações localizadas em radiografias de mãos e punhos.

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o controle da atividade da doença, prevenção da incapacidade funcional e lesão articular e o retorno ao estilo de vida normal do paciente o mais rapidamente possível.

Quais os exames devem ser feitos?

Apenas o médico especialista pode avaliar quais exames devem ser solicitados a cada paciente. Na avaliação laboratorial o fator reumatóide pode ser encontrado em cerca de 75% dos casos já no início da doença. Anticorpos contra filagrina/profilagrina e anticorpos contra peptídio citrulinado cíclico (PCC) são encontrados nas fases mais precoces da doença mas apresentam um custo maior. As provas de atividade inflamatória como o VHS e a proteína C reativa correlacionam-se com a atividade da doença. Exames de imagem como radiografias, ultrassonografias, tomografias, ressonância, etc podem ser solicitados pelo médico reumatologista após a avaliação de cada quadro clínico individualmente.

Como é o tratamento?

O tratamento medicamentoso vai variar de acordo com o estágio da doença, sua atividade e gravidade, devendo ser mais agressivo quanto mais agressiva for a doença. Os antiinflamatórios são a base do tratamento seguidos de corticóides para as fases agudas e drogas modificadoras do curso da doença, a maior parte delas imunossupressoras. Mais recentemente os agentes imunobiológicos passaram a compor as opções terapêuticas. O tratamento com antiinflamatórios deve ser mantido enquanto se observar sinais inflamatórios ou o paciente apresentar dores articulares. O uso de drogas modificadoras do curso da doença deve ser mantido indefinidamente. O tratamento medicamentoso é sempre individualizado e modificado conforme a resposta de cada doente. Em alguns pacientes há indicação de tratamento cirúrgico, dentre eles cita-se a sinovectomia para sinovite persistente e resistente ao tratamento conservador, artrodese, artroplastias totais, etc.

Fisioterapia e terapia ocupacional contribuem para que o paciente possa continuar a exercer as atividades da vida diária. A proteção articular deve garantir o fortalecimento da musculatura periarticular e adequado programa de flexibilidade, evitando o excesso de movimento.  O condicionamento físico, envolvendo atividade aeróbica, exercícios resistidos, alongamento e relaxamento, deve ser estimulado observando-se os critérios de tolerância de cada paciente.

E o acompanhamento médico?

Na artrite reumatóide, assim como em várias outras doenças reumáticas crônicas, o seguimento pelo médico reumatologista é imprescindível e deve ser contínuo. Os intervalos entre as consultas variam de paciente para paciente. Em alguns casos avaliações mensais são necessárias enquanto em outros casos, com doenças de menor gravidade ou controladas, intervalos maiores entre as consultas podem ser estabelecidos.  Exames de acompanhamento são feitos com freqüência para avaliar a atividade da doença e efeitos colaterais das medicações. Apenas o médico pode diminuir ou aumentar a dose das medicações, modificar o tratamento quando necessário ou indicar a terapia de reabilitação mais adequada a cada caso.

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Perguntas frequentes

“Apresento alguns sintomas que podem ser de reumatismo”. Mas e quando saber se é hora de procurar um reumatologista? Ao apresentar limitações durante a realização de movimento simples como escovar os cabelos ou os dentes, fraqueza nas articulações, dores persistentes, inchaços, rigidez matinal ou nas últimas horas da noite – sem que tenha havido contusão e/ou trauma, isso é, sem motivo aparente. O reumatologista é o especialista indicado que fará o diagnóstico a partir dos sintomas clínicos e demais exames, caso necessário.
A maioria das doenças que caracterizam o reumatismo são vistas em pessoas de idade avançada. Mas e criança, também pode ter? Sim, as crianças podem ser acometidas por doenças reumatológicas infantis. Inclusive durante o período de gravidez da mãe (exemplo de Lúpus Neonatal). A Reumatologia Pediátrica é a ramificação da especialidade que trata dos portadores crianças ou adolescentes.
As doenças reumáticas apresentam sintomas muitas vezes confundidos com outros males. É difícil diagnosticar. Será mesmo? Nem sempre. Como qualquer doença, existem critérios específicos a serem avaliados e levados em consideração. O Reumatologista é o especialista capaz de observar os sinais e sintomas, mesmo os de difícil caracterização e solicitar os exames que, junto ao quadro clínico – farão um diagnóstico preciso.
As articulações doem então é reumatismo. Será que é assim mesmo? Dores são manifestações clínicas ou sintomas presentes em diversas doenças, portanto nem toda dor na articulação é necessariamente de origem reumatológica. “Articulação doeu é reumatismo”? Não é verdade. É mito! Pode ser por conta de muitas outras patologias.
“Meu reumatismo ataca no frio”. O incômodo só aparece com o tempo frio? E no calor, não? ”Meu reumatismo ataca no frio”. Isso é mito! A doença existe independente da época do ano. O que acontece é que a percepção dolorosa e a sensibilidade aumentam bastante em baixa temperatura, levando o paciente a pensar que os incômodos aparecem e a doença se manifesta enquanto é frio.
Você já deve ter ouvido várias vezes a frase “Reumatismo é doença de velho!”. Mas será que isso é verdade? Não. Isso não é verdade. É mito! O “reumatismo” é um termo usado para caracterizar alguma das diversas doenças que se manifestam no sistema músculo esquelético. E elas podem acometer indivíduos de todas as faixas etárias. De crianças à idosos, qualquer pessoa pode ser portadora de um mal reumatológico.