Esclerodermia: um mal progressivo e ainda sem cura

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Inflamações crônicas e acometimento dos órgãos internos caracterizam a doença que atinge mais as mulheres na fase adulta

 

 

Ela ainda não tem cura, é de difícil diagnóstico – e muitas vezes silenciosa. Estamos falando da Esclerodermia: doença autoimune multisistêmica (ataca diversos órgãos ao mesmo tempo) que ao evoluir provoca inflamações crônicas, acometimento da pele, órgãos internos, enrijecimento das articulações e atinge 4 vezes mais mulheres na fase adulta do que os homens – embora possa se manifestar em crianças.

Caracterizada pela produção excessiva de colágeno nos tecidos do corpo, nesta doença como qualquer outra listada como autoimune – o próprio organismo ataca a si mesmo. São diversos os tipos e sintomas, o que dificulta a identificação em uma fase inicial do problema. Além de exames laboratoriais, a avaliação clínica especializada é de extrema importância para um diagnóstico assertivo e tratamento de início imediato.

 

Sintomas e manifestações

São vários os tipos da doença: Esclerodermia Limitada ou Síndrome CREST é a manifestação menos grave e atinge a pele, face, mãos e pés. Na Esclerodermia Sistêmica Difusa, há comprometimento da pele, mãos e rosto, além de perda óssea, enfraquecimento muscular, dores articulares e deformidades, problemas pulmonares e encurtamento dos dedos.

Juntamente com a produção em cadeia do colágeno, na forma Sistêmica (e mais grave) da doença – rins, estômago, esôfago, pulmão e coração podem ser atacados concomitantemente. Outro sistema gravemente comprometido é o circulatório, causando o Fenômeno de Raynaud, com piora nos períodos mais frios. Esta síndrome causa constrição dos vasos sanguíneos ao estímulo, desconforto e até mesmo ulcerações nas extremidades do corpo dos portadores.

Esta é uma das manifestações mais doloridas da Esclerose Sistêmica, pois o leito de passagem do sangue fica comprometido causando alterações na coloração das mãos e pés que ficam esbranquiçados, arroxeados – e posteriormente avermelhados, causando desconforto, às vezes dor e formigamento que pode ser frequente, principalmente com o estímulo ao frio.

Além deste sintoma comumente apresentado – alterações na textura da pele, disfagia (dificuldade para engolir acompanhada muitas vezes de refluxo), falta de ar e cansaço excessivo devido à fibrose de órgãos internos também fazem parte da longa lista que caracteriza este mal que em casos mais severos pode até mesmo levar a óbito.

 

Do tratamento

De acordo com a médica reumatologista do Ambulatório de Esclerose Sistêmica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Sociedade Paranaense de Reumatologia, Carolina Müller, por tratar-se de uma doença ainda sem cura – todos os sintomas são levados em consideração na hora da escolha do tratamento.

“Ao chegar ao consultório médico, são utilizados critérios de classificação voltados aos sintomas para a identificação assertiva da doença. Como ela se manifesta em diversos graus – passando de leve (com o comprometimento da pele) à grave (com o acometimento sistêmico do organismo), é imprescindível que o profissional foque nas características apresentadas e no histórico do paciente para escolher o melhor tipo de tratamento”, diz Carolina.

A Esclerodermia é um mal raro e pouco conhecido (os casos ocorrem em cerca de 1:100 milhões de habitantes/mundo). Além do uso de antiinflamatórios, fármacos para dor, drogas utilizadas em reumatologia, cremes hidratantes e massagens – a fisioterapia também é utilizada no tratamento da doença. O médico reumatologista é o especialista indicado para lidar com esta doença. Procure-o em caso de suspeita ao menor dos sintomas.